quarta-feira, 7 de outubro de 2015

[Resenha] Dia 21

Nome: Dia 21
Série: The 100
Autora: Kass Morgan
Edição: 1/2015
Editora: Galera Record
Páginas: 288

Sinopse: Vinte e um dias após os cem terem chegado à Terra com a missão de recolonizar o planeta, um inimigo desconhecido é descoberto. Pensa-se que eles eram os únicos humanos a pisar na superfície terrestre em séculos, mas agora, nada mais é certo. Entre resgates, buscas e romances, segredos são revelados, crenças são quebradas e relacionamentos são testados.








Comentários:

Continuando na meta de não ficar atrasada com as séries literárias, adquiri e li Dia 21 na primeira oportunidade. O que também influenciou um pouco foi a falta da série The 100, que só voltará no início do ano que vem. Embora, é claro, a série de TV não siga a risca a trama mostrada nos livros e não se deve lê-los na intenção de tentar descobrir o que vem pela frente. Ainda assim, é uma boa leitura.

ALERTA DE SPOILER: O texto contém revelações de enredo do livro anterior e da série de TV.

O livro dá seguimento imediato aos acontecimentos finais de Os Escolhidos. Na Terra, Clarke e Bellamy ainda estão a procura de Octavia e pasmos com a descoberta de que não estão sozinhos, quando ela é picada por uma cobra e precisam voltar imediatamente para o acampamento. Wells continua precisando bater de frente com o grupinho de Graham - que quer a todo custo instaurar o caos - por conta do ataque da noite anterior que resultou na morte de Asher, quando percebem uma movimentação na selva. Uma terráquea que acaba sendo capturada pelos colonos. Enquanto na Arca, Glass e Luke dão início a um plano de fuga e sobrevivência.

É difícil encontrar palavras para descrever o livro quando se assiste a adaptação. Pois não quero fazer comparações com aquilo que vejo na TV, e na resenha de Os Escolhidos até consegui, mas quando até o ritmo da trama e os núcleos apresentados são diferentes, porém com os mesmos nomes, isso se torna quase impossível. Só pra começar, nesse livro mal se completa um mês do acampamento dos cem - agora pouco mais de noventa - jovens enviados à Terra. Só agora começa o contato com os nativos, algo que acontece de forma nada amistosa por parte dos sobreviventes. Sem falar da relevância trocada de alguns personagens, como Octavia que mal aparece enquanto Wells segue como um dos protagonistas. Todavia, tentarei separar as coisas aqui.

Com o foco da trama sendo a luta de adolescentes e crianças por sobrevivência em um lugar inóspito que de certa forma estão ao mesmo tempo formando sua própria sociedade, não é difícil notar as referências a O Senhor das Moscas. Mesmo para quem nunca leu o clássico de William Golding, basta ter ouvido falar dele. Entretanto, com tudo que já li a respeito da obra da Golding tenho a impressão de que a história apresentada na série The 100 (ao menos em sua versão literária) traz uma abordagem mais "leve". Digo isso porque apesar deste trazer algumas cenas de morte impactantes e outros acontecimentos nada triviais, o fato dos personagens serem um pouco mais velhos e por conta disso acabarem se envolvendo romanticamente, é algo que acaba trazendo certa leveza. Sem contar uma quantia considerável de comentários cômicos.

Já mencionei anteriormente e continuo com a opinião de que a trama perde um bocado de consistência ao não manter foco em nenhum personagem adulto. Claro, se a premissa é mostrar um grupo de adolescentes lutando pela própria sobrevivência, então é compreensível que adultos sejam deixados um pouco de lado. Mas a falta de coerência na personalidade desses personagens que hora se portam de forma madura demais para a idade que tem por conta das circunstancias em que cresceram, e em outra parecem ser mais sensíveis do que pode ser considerado possível, torna isso difícil de se ter em mente o tempo todo.

No entanto, uma coisa que gosto de ver nos livros é a trama de Glass. Apesar de ter um destaque bem menor que as adversidades passadas por aqueles que foram enviados à Terra, é interessante ver o que se desenvolve na Arca pela perspectiva de civis. Coisa que na adaptação foi pouco explorada, pois nesse caso o foco ficou nos governantes e equipe de cientistas. E apesar da história de Glass não ser exatamente das mais empolgantes, é a que transmite um pouco mais de verossimilhança.

Apesar de Kass Morgan ter uma mente bastante criativa e uma narrativa fluida e clara, sou obrigada a admitir que a adaptação se sobrepõe a sua obra. Seus livros são bons e ela tem futuro, mas não posso negar que fatores como Mount Weather e os próprios terráqueos ganharam uma apresentação muito maior na versão televisiva, conquistando até mais relevância para a história. Porém, com tantas mudanças um fato do livro me surpreendeu completamente e fiquei me perguntando se será mantida na TV. A revelação não poderia acontecer da mesma forma, mas é algo que pode ser bastante significativo futuramente.

O terceiro e último volume da série The 100 intitulado Homecoming (ainda sem título no Brasil) foi publicado nos Estados Unidos em 26 de fevereiro desse ano e só deve chegar por aqui em meados do ano que vem. Resta aguardar pra ver como termina essa história.

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