terça-feira, 1 de setembro de 2015

[Mega Resenha] Trilogia Jogos Vorazes


"Que a sorte esteja sempre a seu favor."


"Jogos Vorazes é surpreendente". Essas foram as palavras usadas por Stephenie Meyer (autora da saga Crepúsculo) sobre o livro. E faço minhas as suas palavras. "Os leitores vão estar com fome para mais". Disse o Rick Riordan (autor da série Percy Jackson e os Olimpianos). Realmente ele sabia o que estava falando.

Jogos Vorazes é realmente surpreendente! Tudo começou quando eu vi o filme e curti de mais o que tinha visto na tela. Então fiquei sabendo do livro e tive vontade de ler. Sempre os livros são melhores que os filmes. E fui nessa onda. Afinal, se o filme tinha sido tão bom na minha concepção, o livro então iria ser fascinante. E não me decepcionei.

Li o livro em cerca de uma semana. E assim como Rick Riordan falou, fiquei com fome de mais. Tive que ir no dia seguinte a livraria comprar "Em Chamas" para saber o que iria acontecer. Os meus pensamentos iam de "o livro é muito bom" até "o livro é maravilhoso", passando pelo elogio da Stephenie Meyer, "o livro é surpreendente".

Para quem ainda não sabe (e não viu o filme), a história segue a vida de uma jovem chamada Katniss Everdeen que para proteger sua irmã, acaba se voluntariando para a 74ª edição dos Jogos Vorazes. Os Jogos acontecem anualmente no qual um par de tributos dos 12 distritos do país chamado Panem devem lutar até a morte para sobrar somente um vencedor.

O livro é muito superior ao filme. No filme, vimos a materialização dos acontecimentos. Já no livro, podemos navegar nos mais profundos pensamentos, medos e lembranças da Katniss. Tais pensamentos deram um ar emotivo maior na personagem, o que no filme não acontece muito. E claro que algumas partes foram alteradas e acrescentadas no filme. É nos pensamentos dessa jovem que percebemos uma certa crítica ao modo da Capital. Aos seus estilos, roupas, moda. E é claro que tem um ponto de crítica aos Jogos. Afinal, um país acompanhar e torcer enquanto 24 pessoas lutam até a morte não é algo legal.

Vivendo em um paradigma amoroso entre Peeta (o outro tributo do mesmo distrito) e Gale (seu melhor amigo e confidente), Katniss tem que enfrentar a ideia de "amantes desafortunados" para conseguir admiração e patrocínios dos espectadores dos Jogos. E que para mim, ao ler o livro, ficou claro que ela ficou balançada pelo amor de Peeta. Depois desse livro, não consigo mais ver Gale como grande amor de Katniss, e sim como um grande amigo, um irmão protetor.

Como falei, após terminar Jogos Vorazes, senti a extrema necessidade de começar a ler Em Chamas logo. Para se ter uma ideia dessa necessidade, terminei o primeiro livro numa quinta à noite e logo na sexta tive que adquirir o segundo volume pra poder saber como a história iria continuar. Afinal, terminar um livro no ápice de acontecimentos, é pra deixar qualquer um curioso e no mínimo ansioso pro que vai acontecer.

Pois bem, Em Chamas deu continuidade pós acontecimentos da vitória da Garota em Chamas na edição passada dos Jogos Vorazes. Agora, depois de vitoriosos, Katniss e Peeta continuam fingindo estar apaixonados. Enquanto a Capital, mais precisamente o Presidente Snow, não está gostando nem um pouco da atuação dos dois. É importante ressaltar que no livro Jogos Vorazes, Katniss e Peeta quebram as regras do jogo quando forçam os Idealizadores dos Jogos a permitir que ambos saiam vivos da arena. Tal atitude incomodou as autoridades e começou uma espécie de revolta nos demais distritos do país, mesmo que involuntariamente por parte dos tributos.

O segundo livro supera em muitos aspectos o primeiros. Ainda continuamos mergulhando nos pensamentos de Katniss Everdeen, a sua dualidade no amor. Sim! Ela ama Peeta e ama Gale. Seus pensamentos nos levam a ver uma garota que, apesar das adversidades, está realmente apaixonada por seu par nos Jogos. Ela só não notou isso ainda, ou não quer aceitar. Ao ler o livro, percebo nitidamente que Katniss fica cada vez mais balançada com relação ao Peeta.

Os acontecimentos do livro são completamente "quentes". O título foi muito sugestivo pra alguns passagens e, que por falar nisso, fiquei surpreso em várias delas. O final do livro é fantástico. Te deixa com mais vontade ainda de continuar a trilogia e saber o desfecho da história.

Uma coisa não gostei do livro. A sinopse revela muitas informações preciosas sobre o livro e sobre Jogos Vorazes. Isso tirou um pouco a expectativa de saber o que iria acontecer. Mas não afetou muito. Como disse, Em Chamas surpreendeu em vários aspectos. Tem uma leitura fácil, deliciosa, que te faz ler sem parar.

Além de seguir personagens do primeiros livro, Em Chamas nos apresenta outros tantos. Personagens com personalidade forte e distinta, outros que você no princípio odeia, mas no final entende e passa a gostar mais. Suzanne, na sua distopia, nos apresenta também outros vitoriosos de edições passadas dos Jogos Vorazes. O que é um ponto importante, já que a ideia central do livro é a Capital "punir" os tributos vencedores da edição passada dos Jogos Vorazes e "exterminar" com a "raça" dos vencedores. Para isso, foi necessária uma mudança de última hora nas regras do Massacre Quartenário. Esse fato é revelado nos livros, entretanto, no filme, não ficou claro.

Na edição final da trilogia, o livro A Esperança apresenta para os leitores a conclusão da história até aqui narrada. Assim como os outros dois livros, esse é muito bem escrito e desenvolvido, não deixando nada sem explicação, ou seja, as famosas pontas soltas.

Entretanto, o livro foca mais no desenvolvimento de personagens e da história para a conclusão tão esperada. Por isso, esse terceiro livro tem um ritmo muito mais lento que os seus antecessores, até a metade da história, pelo menos. Porém, os acontecimentos retratam uma nova rebelião nos distritos de Panem, começada no primeiro livro da trilogia. Os acontecimentos que seguem essa linha são surpreendentes e envolventes.

É verdade que muitos não gostaram da conclusão da trama e dos acontecimentos que acontecem na rebelião contra a Capital. Digamos que “trocou seis por meia dúzia” (cenas das bombas caindo, para aqueles que leram o livro). Porém, acredito que por se tratar de uma história extremamente brutal, cruel, desumana e, muitas vezes, infeliz, o desfecho da trama foi surpreendente. Muitos personagens tiveram o desfecho merecido, outros obtiveram um final não muito sonhado por nós, fãs e leitores da trilogia.

Por fim, é merecedor um destaque para a crítica social e política que a trilogia revela. Uma sociedade desumana, fragmentada, fragilizada, preconceituosa e violenta. Qualquer semelhança com a realidade nesses pontos podem sim não serem meras coincidências.

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