sábado, 6 de setembro de 2014

[Mês Lost] Temas recorrentes


Assuntos para toda hora.

Há quem diga que Lost virou o fenômeno que virou por causa de sua interatividade com o público, e isso é bem verdade. Mas pense um pouquinho, será que essa interatividade toda teria acontecido caso a série não abordasse temas com os quais as pessoas se identificassem? A resposta é não, pois o público queria interagir justamente por ver retratado ali algo com qual já viveu ou vive de forma tão verossímil que as vezes até esquecia ser apenas uma série de TV. Não é a toa que os fãs dizem que viveram Lost.

Os temas são universais, e o mais grandioso é que nunca houve uma separação entre o comum e o filosófico. Tudo estava interligado e todos os personagens enfrentaram problemas cotidianos e dilemas existenciais. Pois assim somos nós, embora haja quem diga que a diferença entre um e outro está no lugar que a pessoa ocupa na sociedade. Nunca foi assim e nunca será. Não existe sofisticação que livre alguém de questões familiares ou simplicidade que impeça alguém de se questionar sobre seu lugar no mundo. Os personagens de Lost nos mostraram isso e dessa forma ganharam a empatia de todo o mundo.

O fato do elenco ser bastante eclético, de diversas etnias e idades, permitiu um leque enorme de assuntos que os roteiristas poderiam abordar e mostrar que acontece com todos. Questões sociais como diferenças socioeconômicas e racismo foram abordadas de forma sutil, com breves comentários. O importante era falar de questões pessoais, coisas que fazem de nós as pessoas que somos. Problemas com o pai, medo, culpa, fé, redenção, destino... Esses foram apenas alguns dos muitos temas tão bem retratados e nos quais nos enxergamos.


A questão destino x livre arbítrio foi um grande carro chefe da história. Talvez não tenhamos total domínio sobre as coisas que nos acontecem, mas podemos escolher a forma como vamos agir perante elas. Todos os personagens cometeram erros, mas também sofreram consequências dos atos de outros. Também não escolheram ir para a ilha, mas era o destino deles. E as escolhas de cada um poderiam ser a salvação ou destruição do grupo. Era viver juntos ou morrer sozinhos. E também uma questão de fé.

Além das questões filosóficas, o que nos faz mais humanos que o amor? Esse era com toda certeza um tema constante em Lost. Não só aquele amor romântico, apesar da série ter maravilhosos casais. Afinal, como poderíamos viver em grupo se não fossemos capazes de amar? Amar a família, os amigos, o próximo. Toda forma de amor é fundamental, necessária para fazer um mundo melhor. O primeiro passo para a compreensão.

Questões científicas sempre tiveram bastante força. Não só pelo duelo fé x ciência, mas por muitos elementos científicos fazerem parte da mitologia da série. Viagens no tempo, buraco da minhoca e teoria da relatividade são apenas alguns dos assuntos referentes a ciência que vimos ganhar forma. O mais interessante é que por serem apenas teorias as situações em que essas coisas ocorriam geralmente exigiam uma grande dose de fé da parte dos personagens. Fazendo entender que fé x ciência é como destino x livre arbítrio, nenhum dos lados é uma verdade absoluta.


Alguns elementos científicos também andaram ganhando uma simbologia filosófica. Como as constantes e variáveis que ganharam um contexto enorme na mitologia da série. Além disso, foi por conta desses novos significados que os termos em questão se mostraram o nome perfeito para o blog.

Cultura também é algo que estava sempre presente em Lost, principalmente na forma de referências. Não só cultura histórica, com os diversos elementos mitológicos usados na trama. A dita cultura pop foi muito influente. Não era raro ver alguém lendo, e o livro em questão sempre estava relacionado aos acontecimentos. Além das referências literárias em cenas e títulos de episódios. Houve também diversas referências a filmes e séries que marcaram gerações, e que eram muito citados. Sem falar das músicas, que sempre foram escolhidas a dedo e retratam com maestria as emoções sentidas pelos personagens e telespectadores.

Foram muitos outros temas a mais retratados em Lost, mas minha intenção não é me aprofundar muito. Apenas queria relembrar um pouco do que nos fez identificar tanto com essa série que marcou cada um de seus fãs de forma tão especial e peculiar. Porque afinal de contas, essa história era sobre nós também.

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