sexta-feira, 15 de agosto de 2014

[Resenha] O Vendedor de Sonhos – O Chamado

Título: O Vendedor de Sonhos – O Chamado (Livro #1)
Autor: Augusto Cury
Edição: 1/2008
Editora: Academia
Páginas: 295

Sinopse: Um homem desconhecido tenta salvar da morte um suicida. Ninguém sabe sua origem, seu nome sua história. Proclama aos quatro ventos que a sociedades modernas se converteram num hospício Global. Com uma eloquência cativante, começa a chamar seguidores para vender sonhos. Ao mesmo tempo em que arrebata as pessoas e as liberta do cárcere da rotina, arruma muitos inimigos. Será ele um sábio ou um louco? Este é uma romance que nos fará rir chorar e pensar muito.




Comentários:

Pra já começar sendo sincera, nunca tive muita vontade de ler algo de Augusto Cury. Isso porque sua especialidade é a auto-ajuda e não é um gênero que me instigue. Nada contra, só tenho a impressão de que esses livros tendem a formar opinião ao invés de provocar reflexão. Não acho possível colocar tudo em prática. Prefiro algo mais metafórico. Mas ganhei O Vendedor de Sonhos, e por ser um romance achei que seria diferente. Que teria as tais metáforas de que gosto. Mas não foi bem assim.

A história começa quando Júlio, um especialista em sociologia e professor universitário que apesar do status social já não vê graça nenhuma na vida. Por não aguentar mais seu sofrimento decide se jogar do alto de um prédio. Mas apesar de todos os esforços do chefe de polícia e do psicólogo para fazer Júlio desistir do suicídio, quem consegue exito é um misterioso homem com um método bastante peculiar e que insiste em não revelar quem é.

Júlio acaba seguindo esse misterioso homem, que apesar de parecer um mendigo fala e se comporta de modo bastante peculiar. Mostrando ter um vasto conhecimento sobre diversos assuntos, principalmente sobre a vida. O Mestre, como acaba sendo chamado apesar de não gostar do título, também conquista outros seguidores. Todos homens feridos pelo sistema. Dos quais meu favorito é o bêbado e atrapalhado Bartolomeu. Eles enfrentaram várias situações difíceis, dormiram debaixo de viadutos. Tudo pela missão de vender sonhos e resgatar a humanidade das pessoas.

A proposta até é interessante, bem como a história. O problema é que tudo é muito explicado, fazendo do livro uma auto-ajuda disfarçada. Não sou do tipo de pessoa que implica com narrativa em primeira pessoa, acho inclusive que é a melhor forma de contar algumas histórias. Mas ter Júlio como narrador me incomodou. A cada ensinamento do Mestre ele vinha com milhares de fatores sociológicos, filosóficos, históricos e não sei mais o que pra explicar as lições. Quando faz parte dos diálogos é uma coisa, dá um tom de discussão. Mas na narrativa é complicado. As vezes é necessário, mas em excesso se torna maçante e acaba tirando um pouco o rumo da história. Creio que se fosse narrado pelo Mestre ou na terceira pessoa seria melhor. Além de ser mais metafórico.

Apesar de ter gostado da história achei algumas coisas um tanto despropositadas. Acontecimentos que deveriam ser inusitados, da forma como foram contados pareceram apenas forçados. Bem como muitas falas. Mas lembrando que essa é uma opinião pessoal e que não tenho identificação com o gênero. O Vendedor de Sonhos assim como o autor Augusto Cury tem uma grande gama de fãs, então talvez o problema seja comigo. Concordo com muita coisa que foi dita, apenas não gosto da forma didática como foram abordadas. Sobretudo, devo dizer que gostei do final. E o que me manteve na leitura foi Bartolomeu, que me divertiu bastante.

Esse é o primeiro volume da trilogia, embora eu sempre tenha achado que O Vendedor de Sonhos fosse um livro único. Depois de O Chamado vem E a Revolução dos Anônimos e O Semeador de Ideias. Honestamente não tenho grandes pretensões de ler as sequências. Se vierem até mim lerei, mas não pretendo de ir atrás.

2 comentários:

  1. Gabi acho que compartilho da sua ideia, nunca tive um pingo de vontade de ler nada do Cury por motivo: auto-ajuda. Achava que esse livro seria diferente, mas como você mesmo citou "auto-ajuda disfarçada". Não tenho intenção de ler por enquanto, mas quem sabe algum dia.


    www.booksever.blogspot.com

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann15 de agosto de 2014 às 17:09

    Vejo que temos mais uma coisa em comum, Filipe. Acho que se fosse mais focado no enredo seria um grande livro, mas assim ficou uma auto-ajuda disfarçada mesmo.


    Abraço!

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