sexta-feira, 18 de julho de 2014

[Resenha] A Culpa é das Estrelas

Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Edição: 1/2012
Editora: Intrínseca
Páginas: 288

Sinopse: A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.


Comentários:

Queria ler esse livro há bom tempo em parte porque quero ler cada frase simplória e profunda escrita por John Green e em parte porque todos que leem só tem elogios a dar. Mas ganhei da Marina em Março e só congui ler agora (metade de Julho) porque... Bem, porque honestamente tive medo do que sentiria lendo. Não sou uma manteiga derretida, mas também estou longe da dureza de um diamante. Até que inspirada pela bravura e emoções das minhas heroínas televisivas (Kate, Olivia, Sydney, Kono, Scully...), resolvi respirar fundo e encarar o que quer que A Culpa é das Estrelas estava guardando para mim.

O livro é tão famoso e a recente adaptação para o cinema que foi sucesso de bilheteria me faz preferir comentar minhas impressões do que o enredo em si. Mesmo assim preciso dizer que a sinopse (e muitos comentários) mal diz respeito sobre a introdução da história. Hazel e Gus são sim dois adolescentes com câncer que se apaixonam, mas A Culpa é das Estrelas está longe de ser apenas uma história sobre pessoas com câncer ou um mero romance adolescente. É uma história sobre a vida, seus inconvenientes e metáforas. Sobre os efeitos colaterais de se estar morrendo. Não estamos todos nessa afinal? Cada dia mais próximos de morrer?

É incontestável a capacidade que John Green tem de usar as doses certas de tudo em suas histórias. Tanto no desenvolver do enredo quanto na criação dos personagens. É engraçado, leve, profundo, fofo, emocionante, triste... Tudo na hora que tem que ser. Talvez isso tenha contribuído para que eu me identificasse tanto com os personagens. Em geral tendo a me identificar mais com coadjuvantes, e embora tenha visto um pouco de mim na tendência de Isaac de dar mais importância a coisas nem tão importantes assim, me vi mesmo em Gus e Hazel.

Me encontrei no incansável interesse por metáforas de Gus, que por sinal é mesmo um garoto apaixonante. Bem como o fato de ser mais e muito diferente do que mesmo as pessoas próximas tendem a enxergar. Mas me vi mesmo em Hazel, na sua forma de pensar sobre si e sobre o mundo. Em como mesmo aceitando sua situação e entendendo tudo em que implicava não podia deixar de querer viver. Até no fato de implicar com coisas corriqueiras. (Sim, eu lutaria pelos direitos dos ovos mexidos.) Mas sobretudo no relacionamento com os pais. Me emocionei muito com o livro, mas chorei mesmo em apenas uma e quase em outra justamente em que Hazel falava com/sobre os pais. Vi meus sentimentos ali. Não significa que não outras situações não tenham me tocado profundamente, mas foram do tipo que me fazem chorar por dentro.

Bom, adorei também a incessante busca de Hazel e Gus por contato com o escritor Peter Van Houten em prol de conseguir respostas para o final do livro favorito deles. Mesmo que isso implicasse em uma viagem para a Holanda. É o tipo de coisa que eu faria. Só não sei se conseguiria levar tão na boa caso o resultado fosse o mesmo comigo. Nessa busca, inclusive, foi onde encontrei uma citação que vejo muitos fãs de John Green usarem a respeito de suas narrativas. Então agora posso mesmo dizer que leria até a lista de compras de supermercado dele.

Normalmente é mais difícil escrever sobre algo que gostamos do que odiamos. Mais difícil ainda é concluir o texto. E estou passando por isso aqui. Só sei dizer que A Culpa é das Estrelas é um livro lindo e que deve ser lido sem preconceitos. Não é uma história de amor entre adolescentes que acham que seus problemas são maiores que tudo. É a história de adolescentes que amadureceram cedo por conta dos inconvenientes do Universo mas nem por isso deixam de querer aproveitar o melhor da vida. Que queriam fazer o melhor com a vida que lhes foi dada. Uma lição de que mesmo que o mundo não seja uma máquina de realização de desejos, devemos viver o melhor de nossas vidas hoje. Okay?

6 comentários:

  1. GabrielaCeruttiZimmermann20 de julho de 2014 às 14:35

    Acho que todos os fãs de John Green são suspeitos, Paula. Na época do lançamento eu era bem desinformada, então nem sabia dele. E concordo com você, deve ser lido de coração aberto. Até porque as pessoas precisam aprender a distinguir sucesso de modinha.


    Abraço!

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann21 de julho de 2014 às 19:09

    Te entendo, Maiti. Aff, spoiler em resenha é péssimo. Mas dê tempo ao tempo, comece por outro livro. Também não vi o filme ainda, não quero mais ser esse tipo de pessoa. Que assiste pra talvez depois ler. [rs]


    Beijos!

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  3. Francielle Couto Santos28 de julho de 2014 às 16:13

    Gabi, esse é o tipo de livro que, além das inúmeras mostras sobre as nuances da vida, nos permite acabar com certos preconceitos literários. Enfim, compartilho da sua opinião... ACEDE é realmente sensível, doce e impactante em vários sentidos.
    Texto lindo, amiga. Me bateu uma nostalgia boa de quando eu o li. :')


    Abraços.
    universoliterario.blogspot.com.br

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  4. GabrielaCeruttiZimmermann28 de julho de 2014 às 17:41

    Seu comentário me deixou super feliz, Fran. ACEDE é um livro pra refletir e admirar, um belo presente à literatura contemporânea. Esse João Verde sabe tocar as pessoas. [rs]


    Abraço!

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  5. Okay.
    Finallyyyyy! Senti uma leve nostalgia lendo ontem essa tua resenha maravilhosa! Quando eu comecei a ler, achei que seria só mais um romance "sofrível" entre dois adolescentes, durante a leitura dá pra perceber que a grande relação que existe no livro é entre a Hazel e a vida. Bonita história, merece esse sucesso todo que está tendo! Mal posso esperar pra assistir ao filme! =')

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  6. GabrielaCeruttiZimmermann2 de agosto de 2014 às 10:25

    Não sei porque Marina, mas nunca tive sensação de que seria só mais um romance. Acho que todo mundo deveria conhecer a história. Também quero ver o filme, mas ando com preguiça de fazer isso. :/


    Abraço!

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