segunda-feira, 26 de maio de 2014

[Resenha] Cidades de Papel

Título: Cidades de Papel
Autor: John Green
Edição: 1/2013
Editora: Intrínseca
Páginas: 368

Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.

Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.

Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.


Comentários:

Ganhei esse livro no Top Comentarista do blog Além da Contracapa em Outubro do ano passado, e mesmo gostando muito da narrativa de John Green não sei porquê diabos esperei até agora pra fazer essa leitura. Bom, quando se tem uma grande pilha de livros a espera é normal ficar perdida. Mas o fato é que procurava uma leitura descontraída e que ao mesmo tempo me agregasse algo, e foi exatamente o que encontrei em Cidades de Papel.

Quentin (Q para os amigos) é um garoto comum. Mas como é estaticamente comprovado, todas as pessoas comuns tem um grande milagre em suas vidas. O de Q era ser vizinho de Margo Roth Spiegelman. Os dois eram bem próximos na infância, viviam brincando juntos até que depois de um acontecimento quando tinham dez anos acabaram se afastando. Mesmo virando quase estranhos um para o outro, Q nunca deixou de admirar e ser apaixonado por Margo.

Aos dezesseis anos Q é um nerd e Margo uma das garotas populares, cada um no seu mundinho. Mas em uma noite, à poucas semanas da formatura, Margo aparece na janela de Q vestida como uma ninja convocando-o para uma aventura. E assim eles passam a madrugada rodando por Orlando, executando pequenas missões de vingança e entregando mensagens sicilianas. Q estava feliz com a aventura e por Margo ter se aproximado dele novamente, mas no dia seguinte a garota desaparece sem deixar vestígios óbvios.

A narrativa de John Green e a criação de seus personagens deve ser aplaudida. Em minha terceira experiência com autor fico ainda mais encantada com como consegue algo natural e fluido e ao mesmo tempo com uma certa profundidade filosófica. Digo isso principalmente pelos diálogos, totalmente casuais e ainda assim com algo que te faz refletir. Assim com Margo, que a princípio parece uma daquelas meninas de filmes da Sessão da Tarde que cresceu mas que tem um ponto de vista bastante peculiar sobre o mundo com o qual me identifiquei.

Q e seus amigos Ben e Radar são sempre ótimos. Não dá pra não rir das conversas deles. Personagens que também ganham pontos são os pais de Q, por ser psicólogos usam tom de diagnóstico mesmo em conversas cotidianas. E mesmo os diálogos mais engraçados no fim trazem algo pra ser pensado. Seja com observações lógicas ou referências a conceitos religiosos e filosóficos. Como a metáfora dos fios que Q usa para dizer que seu destino e o de Margo estavam predestinados a se cruzarem trata-se do mito chinês do Fio Vermelho do Destino, que por acaso ou não vim a conhecer na série Touch.

Cidades de Papel é mais um grande livro de John Green. Divertido, com surpresas um certo toque de aventura. Mas sobretudo vai te desarmar. Pois apesar de ser uma leitura rápida alguns trechos te obrigam a parar e pensar em quem você é. Principalmente o final. Nada é tão estranho que não possa ser compreendido.

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