terça-feira, 8 de abril de 2014

[Resenha] Dançando Sobre Cacos de Vidro

Título: Dançando Sobre Cacos de Vidro
Autor: Ka Hancock
Edição: 1/2013
Editora: Arqueiro
Páginas: 336

Sinopse: Lucy Houston e Mickey Chandler não deveriam se apaixonar. Os dois sofrem de doenças genéticas: Lucy tem um histórico familiar de câncer de mama muito agressivo e Mickey, um grave transtorno bipolar. No entanto, quando seus caminhos se cruzam, é impossível negar a atração entre eles.

Contrariando toda a lógica que indicava que sua história não teria futuro, eles se casam e firmam – por escrito – um compromisso para fazer o relacionamento dar certo. Mickey promete tomar os remédios. Lucy promete não culpá-lo pelas coisas que ele não pode controlar. Mickey será sempre honesto. Lucy será paciente.

Como em qualquer relação, eles têm dias bons e dias ruins – alguns terríveis. Depois que Lucy quase perde uma batalha contra o câncer, eles criam mais uma regra: nunca terão filhos, para não passar adiante sua herança genética.

Porém, em seu 11° aniversário de casamento, durante uma consulta de rotina, Lucy é surpreendida com uma notícia extraordinária, quase um milagre, que vai mudar tudo o que ela e Mickey haviam planejado. De uma hora para outra todas as regras são jogadas pela janela e eles terão que redescobrir o verdadeiro significado do amor.

Dançando sobre cacos de vidro é a história de um amor inspirador que supera todos os obstáculos para se tornar possível.


Comentários:

O livro pautado hoje me é especial por diversos motivos. Um deles é que o ganhei no sorteio de três anos do Universo Literário, um blog que vi nascer e que pertence à minha amiga Fran. Isso agrega um enorme valor simbólico ao livro. O segundo é que o livro mexeu comigo de tal forma que mal tenho palavras para descrever. Estou encarando a página em branco pensando se serei capaz de escrever uma resenha a altura. Mas vou tentar.

Vi muitos elogios a Dançando Sobre Cacos de Vidro, inclusive da Fran. E cada um deles me fazia ansiar cada vez mais por essa leitura. Quando finalmente tive o livro em mãos me deparei com uma história de emoções ímpares e ensinamentos de vida. Não, o amor não cura tudo. Mas transforma as coisas impossíveis de lidar em toleráveis e ajuda a seguir em frente. Foi isso que Lucy, Mickey, seus parentes e amigos aprenderam uns com os outros e me ensinaram.

Quando era pequena, Lucy aprendeu com o pai a não temer a morte. Isso causou uma relação peculiar entre as duas. Lucy via e sentia a presença da Morte, que passou a chamar de amiga, e sabia quem ela levaria. Soube quando seu pai e sua mãe foram levados. Com a herança genética que ela e as irmãs tem por parte de mãe, um trágico histórico de câncer de mama severo, esse dom mórbido vem a ser útil. Caso acometida pela doença, sabia se seria fatal ou não.

Em seu aniversário de 21 anos Lucy conheceu Mickey. Os dois tiveram um encanto inicial mas ele decidiu nunca mais procurá-la. Com o transtorno bipolar que herdara da mãe, Mickey julgava que Lucy merecia um homem melhor. Mas o destino gosta de pregar peças e os dois se reencontram. Tem seus altos, baixos e problemas mas quem não tem? O amor entre eles é forte e verdadeiro e eles se casam. Mickey logicamente continua tendo crises, e os dois fazem um contrato com regras que eles mesmos estabeleceram para o relacionamento dar certo. E depois que Lucy vê sua herança genética se manifestar eles decidem não ter filhos. Mas o destino não gosta de regras que não sejam as suas.

A trama é intensa e de uma delicadeza sem tamanho. Em parte pelos próprios assuntos abordados, câncer e transtorno bipolar são temas complexos e quando se resolve falar sobre eles é preciso saber o que se está falando. E isso certamente a autora Ka Hancock sabe, já que ela é enfermeira especializada em psiquiatria. Em seu livro de estreia Hancock também provou saber construir uma história emocionante e realista tal qual seus personagens.

Me apaixonei pelo casal principal. Lucy é uma mulher doce e forte, não que não tenha suas tristezas mas sabe superá-las. Mickey apesar de atormentado com as incertezas que acompanham sua doença é um homem bom e gentil. Também gostei muito das irmãs de Lucy. Lilly é generosa, aquele tipo de pessoa que faz qualquer coisa por aqueles que ama. Priscila demorou um pouquinho pra me conquistar, até que pude ver a empatia por trás daquela frieza raivosa. Mas preciso confessar que quem me cativou mesmo foi o Dr. Gleason, com seus sábios conselhos de ouro.

Dançando Sobre Cacos de Vidro é uma história de amor, de família, de vida. Daquelas que fazem você pensar no que fariam em tal situação e que tipo de pessoa é. O final apesar de ser em parte previsível (e é preciso admitir que com certos temas é difícil que o final não o seja) te abala e se torna algo extramente emocionante e grandioso. Conter as lágrimas se torna uma missão impossível. Um livro que traz muitas lições e que certamente recomendo.

2 comentários:

  1. Esse foi um dos livros mais chorosos e instigantes que já li. Me deu até um vazio pós-leitura. Pura história de amor! Adorei a resenhar! ^.^

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  2. GabrielaCeruttiZimmermann2 de agosto de 2014 às 10:39

    Gostei mais pelo drama, Marina. Uma história de vida muito bonita.


    Abraço!

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