segunda-feira, 3 de março de 2014

[Indicação de Filme] Filhos do Paraíso

Título: Filhos do Paraíso
Título original: Bacheha-Ye aseman
Ano: 1997
Elenco: Bahare Seddiqi, Fereshte Sarabandi, Karnal Mirkarimi, Amir Farrokh Hashemian, Mohammad Amir Naji
Direção: Majid Majidi
Roteiro: Majid Majidi, Parviz Malekzaade
Produção: Seyyed Saeed Seyedzadeh
Trilha Sonora: Kayvan Jahanshahi
Gênero: Comédia, Drama
Tempo: 89min
Censura: Livre
País: I

Sinopse: O menino Ali (Amir Farrokh Hashemian) leva os sapatos da irmã Zahra (Bahare Seddiqi) para consertar e, na volta, os perde. Era o único par de sapatos de Zahra e ela não tem outro para usar na escola. As duas crianças são de uma família pobre, eles temem contar aos pais e decidem resolver o problema sozinhos. Ali encontra uma solução: como ele estuda à tarde e ela estuda de manhã, eles revezam os sapatos, ao mesmo tempo em que o menino procura meios de conseguir algum dinheiro ou novos sapatos. A situação mostra a confiança mútua e o carinho entre as duas crianças, numa história simpática e sensível.
O filme utiliza uma linguagem mais próxima à ocidental que outros trabalhos iranianos famosos. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

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Uma coisa com que realmente não brinco é quando digo que gosto de variar. E ainda cumprindo minha promessa de trazer obras bem distintas e não muito populares, eis aqui um filme iraniano. Descobri esse através do Netflix (#ficadica), mas também pode ser encontrado em DVD e na web.

Sabe aquele filme que de tão simples chega a ser encantador? Esse é o caso de Filhos do Paraíso, uma história delicada e sútil mas que nos faz pensar no quanto reclamamos à toa. A trama gira em torno dos irmãos Ali (Amir Farrokh Hashemian) e Zahra (Bahare Seddiqi), vindos de uma família bem humilde em que a mãe está seriamente doente e o pai os sustenta com os bicos que faz como jardineiro.

Ali é encarregado de levar os sapatos de Zahra para o conserto. Na volta, para no mercado para fazer compras pra sua mãe e esconde os sapatos de Zahra no lado de fora. Mas na hora de sair, os sapatos sumiram. O menino entra em desespero pois sabe que o pai não tem dinheiro para comprar um novo par para a irmã, então encontra uma solução simples: Como Zahra vai para a aula de manhã e Ali à tarde, ela vai com os tênis dele e na volta os entrega para o irmão. Isso até reencontrarem os sapatos de Zahra ou até que Ali consiga um novo par para ela.

Claro que eles enfrentam diversas dificuldades com isso e inclusive quando reencontram os sapatos de Zahra, mas não vou contar porque. O que me chamou atenção (além de duas crianças tão pequenas atuando tão bem) foi o fato de que em momento nenhum Ali fica com medo de levar bronca, apenas não quer que o pai se sinta mal com o fato de não poder comprar sapatos novos para a irmã. Até explica isso pra ela com muita paciência. E apesar de terem uma vida tão difícil, ou talvez até por isso, Ali e Zahra são daquele tipo de criança que consegue aproveitar a felicidade vinda das pequenas coisas e momentos simples. Impossível não se apegar a esses dois.


Sei que muita gente anda cansada dessas histórias de Oriente Médio e tudo mais, eu mesma faço parte desse grupo. Mas o que cansou são as inúmeras histórias sobre a guerra, sempre vangloriando os americanos. Por se tratar de uma produção iraniana que mostra o cotidiano de um povo tão sofrido e gente de bem, é um diferencial mais que bem vindo. Só ouvimos falar de guerra, e esquecemos das inúmeras famílias que existem por lá e só querem seguir suas vidas.


Trailer

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