sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

[Maratona de Vícios #10]: Entourage



A vida muda, os amigos não.


Superhero - Jane's Addiction

Primeira maratona finalizada em 2014 (iniciei no final de 2013) e claro, um novo vício. Apesar do estilo não ser um dos meus favoritos e de eu chegar a pensar que detestaria Entourage, a série me ganhou de um jeito que em alguns dias eu não tinha vontade de parar de assistir. Aquela mistura de trama simples com personagens cativantes funcionou bem e é capaz de conquistar qualquer um.

Entourage é uma comédia dramática sobre quatro rapazes que foram de Nova York para Los Angeles. Vincent Chase (Adrian Grenier), um jovem e talentoso ator em ascensão. Johnny Drama (Kevin Dillon), irmão mais velho de Vince que também é ator mas não tão talentoso. Eric Murphy (Kevin Connolly), um grande amigo e que atua como empresário de Vince. E Turtle (Jerry Ferrara), outro grande amigo mas que por muito tempo não quer saber de trabalhar. Esses três últimos acompanham Vince em sua jornada ao estrelato. Também faz parte dessa história Ari Gold (Jeremy Piven), o excêntrico agente de Vince. E na 2ª temporada entra Lloyd (Rex Lee), o adorável e cômico assistente de Ari. Claro que não posso esquecer de Arnold, o querido Rottweiler do quarteto principal.



Apesar de a uma primeira vista parecer uma história sobre fama, luxo, sexo e drogas, a base do enredo é a relação entre os personagens. Esses elementos estão presentes, mas tudo gira em torno da camaradagem masculina. E foi justamente isso que fez a série tão especial e interessante. Vê-los se protegendo, revirando o mundo pra ajudar o outro é algo bem bacana de se ver. Estavam sempre juntos, nos altos e baixos da carreira de Vince. Quando se viciou em drogas pesadas e deu a volta por cima. Claro que por ser uma comédia alguns temas foram abordados um pouco superficialmente, mas muitos dos momentos dramáticos são de fazer você imitar a clássica expressão de Macaulay Culkin em Esqueceram de Mim. O único problema é não poder conferir os trabalhos de Vince e Johnny na integra, com exceção do comercial de um energético japonês que é “bom até o coração explodir”.

Minha cara ao fim de vários episódios.

Não vou mentir, não gostei de Entourage já de cara. Na verdade detestei o piloto, cheguei a dar 5.5 no Banco de Séries. Mas uma coisa que aprendi com Breaking Bad e Community foi não desistir no piloto. Continuei. Vi e segundo episódio, também não gostei. Vi o terceiro, gostei um pouquinho mais em parte por conta da participação de Jimmy Kimmel. Então vi o quarto, quinto, sexto... E quando dei por mim não queria parar de assistir. Fiquei completamente apaixonada por aqueles caras de personalidades marcantes.

E que personalidades! Vince é aquele tipo de cara que está sempre de bem com a vida, é tudo muito bom, as pessoas são maravilhosas e o mundo é lindo. Isso as vezes me irritava um pouco, mas é o que faz dele tão especial. E quando Vince começou a usar drogas pesadas e se tornou grosseiro e agressivo, eu só queria o velho e bom Vince de volta. Eric é o responsável da turma, sempre orientando todos a fazer o mais sensato mas acaba dando o braço a torcer na maioria das vezes. Ari é... Sabe aquele personagem grosseiro, preconceituoso, que fala oito palavrões a cada dez palavras e que ainda assim você não consegue odiar? Isso porque ele é tão excêntrico (um judeu fã de Hittler não pode ser normal né?) que é impossível não rir de suas rabugices. E quando Ari entra na agência gritando o nome do pobre Lloyd, você sabe que vai rir muito. Mas dentro desse ser bate um coração mole, principalmente quando se trata da família. Chegou a chorar e implorar para que o filho conseguisse matrícula na escola. E foi o primeiro a ver o potencial de Vince. E Lloyd querido, sempre aturando a fúria de Ari com leveza e um sorriso no rosto. Não importava o quanto fosse xingado, Lloyd admirava Ari e queria seguir os passos do chefe.


Demorei um pouco mais pra gostar de Johnny e Turtle. Johnny porque a princípio parecia que ele não conseguia nada sem ser através de Vince, mas o melhor é que ele faz tudo pelo seu maninho. Johnny ficou louco quando descobriu que Vince estava usando cocaína. E a busca de Johnny por um novo trabalho de sucesso é hilária de se acompanhar. Já Turtle eu não gostava muito por ele parecer o típico encostado, a diferença é que sempre foi um grande amigo. Todavia, comecei a gostar um pouco mais de Turtle quando ele disse que podia falar mal dele mas não do cachorro dele (não foram bem essas as palavras que ele usou, mas foi nesse sentido). Depois disso, Turtle entrou em um constante processo de evolução e virou um fofo nas últimas temporadas.

Dos personagens secundários que merecem destaque temos Shauna (Debi Mazar), a assessora de imprensa de Vince que é quase como uma mãe. Melissa Gold (Perrey Reeves), a esposa de Ari e que é praticamente uma santa quando trata dos assuntos do marido. Billy Walsh (Rhys Coiro), um diretor totalmente excêntrico e megalomaníaco mas que fez ótimos trabalhos com Vince e passa por diversas fases. Dana Gordon (Constance Zimmer), presidente de estúdio e única mulher com quem Ari namorou antes de Melissa. E Scott Lavin (Scott Caan), que entra como rival de Eric e até tenta roubar Vince dele mas acabam virando sócios.

Outro ponto positivo são as participações especiais e referências. Há muitas participações de atores como eles mesmos (não costumo gostar muito disso, mas em Entorage funcionou bem), como Jessica Alba, Scarlett Johansen, Mandy Moore, Zac Efron e Matt Damon. Esse último foi meu favorito, com direito a momento de descontrole em uma cena pós-créditos. A banda U2 e os diretores James Cameron e Martin Scorcese também marcaram presença. E alguns atores queridos de outras séries tiveram personagens como Autumn Reeser, Alan Dale e Yvette Nicole Brown. (Essa última fez apenas uma ponta, mas foi o suficiente pra me fazer feliz.) Foram inúmeras referências e citações a filmes clássicos e populares, que vão de Casa Blanca e O Poderoso Chefão a Quase Famosos. Com a grande ascensão das séries de TV essas também ganharam referências, como Lost, Breaking Bad, Mad Man e Community. (A não ser que eu esteja virando uma dessas maníacas que vê referências em tudo.)


O texto já ficou bem grande, mas ainda não contei como cheguei a Entourage. É uma história bem complexa. Acho que tudo começou com Lost. Aí você me pergunta: “Mas Gabi, que diabos uma coisa tem a ver com a outra?” Além de Alan Dale, absolutamente nada. Mas não foi por causa dele, eu nem sabia que ele tinha participado. Enfim, assisti e amei Lost. Acabou e eu fiquei de luto. Como já mencionei umas 4.815.162.342 vezes, decidi que acompanharia todos os futuros trabalhos dos elenco. Então veio Hawaii Five-0 com Daniel Dae Kim, que virou uma de minhas queridinhas e me apaixonei pelo elenco. Decidi que também veria outros trabalhos destes. Dois se destacavam: Battlestar Galactica com Grace Park, e Entourage com Scott Caan. A primeira faz mais meu estilo, mas infelizmente ainda não consegui baixar. Como já disse, Entourage não parecia em nada com meu estilo. Mas como Scott só está em 17 episódios das últimas três temporadas, pensei em assistir os primeiros pra avaliar e caso não gostasse pularia pra metade da 6ª temporada. E o resto da história vocês já conferiram lá em cima. Todavia, ainda bem que gostei da série, porque odiei Scott Lavin por metade do tempo. (Haha!)

Entourage teve 96 episódios divididos em 8 temporadas, exibidos originalmente entre 18 de Julho de 2004 e 11 de Setembro de 2011 pela HBO. Foram diversos momentos memoráveis, de Vince e Johnny cantando I Can't Take My Eyes of You em uma festa de 15 anos a Ari entrando em sua ex-agência com uma arma de paintball a fim de “exterminar” seus ex-sócios. Foram falências, retomadas e inúmeras voltas por cima sobre diversos aspectos. Me encantei por esses caras e não vejo a hora do filme estrear em 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário