sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

[Maratona de Vícios #11]: The Godfather


Um homem que não se dedica a família nunca será um homem de verdade.” (Vito Corleone)

The Godfather Theme Song

Primeira vez que escrevo nessa coluna sobre uma série cinematográfica, uma trilogia pra ser mais precisa. E o que poderia ser melhor pra marcar essa estreia do que o melhor filme sobre gângster e o segundo melhor da história do cinema americano? Pouquíssimos seriam tão bons quanto. Mas a verdade é que além de estar mais do que na hora de falar sobre filmes aqui, estava na hora de eu ver O Poderoso Chefão.

Talvez não tenha sido bem uma maratona. Vi os dois primeiros filmes numa mesma semana em Novembro, e o terceiro no final de Fevereiro. Mas se comparar com o tempo original de lançamento (dezesseis anos separam o segundo do terceiro filme), foi de fato um atrás do outro. Também custei um pouco pra ver o último filme porque não queria acabar. Na verdade, tinha um pouco de medo do que me aguardava no final. Mas criei coragem e vi.

Pra continuar falando a verdade, por ser descendente de italianos sempre tive um grande interesse por história de máfia. Em especial O Poderoso Chefão (ou The Godfather, como tenho preferido chamar ultimamente). E a Famiglia Corleone não me decepcionou nem um pouco. É fácil entender porque os filmes são tão aclamados até hoje. E o elenco repleto de grandes talentos conhecidos por todos, embora tenha sido a primeira vez que pude apreciar um trabalho de Marlon Brando, algo dirigido por Francis Ford Coppola e o segundo de Al Pacino.



O patriarca dessa família é Vito Andolini (Brando), que ainda menino foi obrigado a migrar sozinho da Sicília para Nova York onde virou Vito Corleone. Lá ele cresceu, construiu família e máfia. Teve quatro filhos: Sonny (James Caan), Fredo (John Cazale), Connie (Talia Shire) e Michael (Pacino). E ainda o filho adotivo Tom Hagen (Robert Duvall), que atua como advogado e consigliere da Famiglia Corleone. Apenas Michael não deveria seguir o ramo da máfia, sendo apenas um civil. Mas nem tudo sai como planejado.

No primeiro filme (1945-1955) o foco é em como Michael que sempre foi um cidadão exemplar e até herói da II Guerra muda de rumo até de opinião sobre os negócios do pai. Ele até assume o posto de novo Don Corleone com a intenção de legitimar os negócios da família, em parte para tranquilizar sua esposa Kay (Diane Keaton) e em parte porque ele mesmo acreditava nisso. Mas nem tudo é tão simples, e no segundo filme (1955-1959) Michael continua na ilegalidade e precisa até responder a um inquérito judicial. Em paralelo a isso vemos a saga do jovem Vito, que nessa fase foi interpretado por Robert De Niro. Já no terceiro filme (1979) vemos um Michael grisalho que enfrenta vários dilemas com a família e os negócios, e começa a encaminhar seu sobrinho Vinnie (Andy Garcia), filho ilegítimo de Sonny, para os negócios.



Os primeiros filmes tiveram lançamentos razoavelmente próximos pra época. A Parte I foi lançada em 1972 e a Parte II em 1974. Mas a Parte III só foi lançada em 1990. No entanto, não há falhas de continuidade e nem queda de qualidade. Os três filmes são de igual excelência e totalmente surpreendentes. Mesmo os filmes sendo longos, com cerca de 3hrs de duração, eu me via querendo mais. Enredo e personagens são maravilhosamente construídos enquanto as cenas de ação fazem você vidrar na tela. Os personagens são algo sem igual. Apesar de viver do crime, há alguns escrúpulos. Limites que não ultrapassam. E zelam pelos seus entes queridos.

Vou dizer porque passei a preferir o título The Godfather a O Poderoso Chefão. Embora os Dons sejam os chefões (os poderosos chefões) da máfia, as pessoas iam procurar seus padrinhos. Pedir favores aos seus padrinhos. Então mesmo que O Poderoso Chefão não seja uma um titulo totalmente errado, não segue tanto a etimologia quanto “O Padrinho”. Mas coloquei The Godfather no título pra diferenciar, pois pretendo ler os livros de Mario Puzo. E quando isso acontecer teremos outro post aqui, e esse será com o título em português. ;)

The Godfather é uma boa pedida pra quem procura uma trama inteligente e bem montada. Um clássico cheio de feras do cinema que sempre dão o melhor de si. Você vai se surpreender a cada cena e passar dias pensando no que viu. E talvez fique com um certo receio de laranjas. Porque se nos contos de fadas as maçãs são perigosas, em The Godfather as laranjas são ainda mais terríveis.

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