domingo, 29 de setembro de 2013

[Resenha] Cinder

Nome: Cinder
Série: Crônicas Lunares – Livro #01
Autora: Marissa Meyer
Edição: 1/2013
Editora: Rocco
Páginas: 448

Sinopse: Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.

Comentários:

Hoje venho com a resenha de um livro que eu desejava desde que li sua sinopse pela primeira vez, em meados deste ano de 2013, e finalmente o li por ter ganho de aniversário da minha tia. (E também foi o único livro que ganhei na data.) Eu estava bastante ansiosa por essa leitura pelo fato de misturar contos de fadas com ficção científica em uma distopia (que a propósito, foi meu livro do gênero distópico), e fico feliz em dizer que superou todas as minhas expectativas.

Não há muito que eu possa dizer sobre o enredo sem revelar grandes spoilers. Apenas que a história se passa na cidade de Nova Pequim no ano 126 da Terceira Era, depois de ter não só uma Terceira mas também uma Quarta Guerra Mundial que destruiu várias cidades inclusive a Pequim original. Lá vive Cinder Linh, uma jovem de 16 anos que trabalha como mecânica (a melhor da comunidade) para sustentar a casa onde vive com a madrasta Adri (que ela chama de guardiã legal) e as meio-irmãs Pealr e Peony. E se isso já não fosse o suficiente, Cinder é uma ciborgue. Aos 11 ela sofreu um acidente que destruiu boa parte de seu corpo, e precisou de uma cirurgia para reconstruí-lo usando próteses cibernéticas. Mas ela não se lembra de nada anterior a isso.

Tudo ia bem até que em dia qualquer de trabalho o Príncipe Kai aparece em sua oficina pedindo para que Cinder conserte seu androide. A partir daí começam a acontecer coisas e são feitas descobertas que mudariam não só a vida de Cinder como também o futuro da humanidade. E aí realmente não posso contar mais nada, apenas descrever alguns aspectos do livro. Se quiserem saber o que acontece, terão que de fato ler o livro.

É o primeiro livro da americana Marissa Meyer, e digo que ela foi muito feliz quando resolveu se arriscar ao adaptar o conto da Cinderela de uma forma totalmente inovadora. Criou uma história totalmente nova e ainda assim manteve pontos essenciais do conto original. Soube aproveitar bem os pontos que caracterizam os três gêneros. A narrativa é feita na terceira pessoa, fluída e bastante descritiva. É tudo muito bem explicado, do funcionamento de Cinder ao fato de terem pessoas morando na Lua. Os Lunares, com quem os Terráqueos vivem em constante conflito. Tanto que você chega a achar realmente possível que alguém viva lá.

O caráter dos personagens é muito bem construído. Desde Cinder que é uma garota forte e madura para sua idade, e não por que ela é ciborgue que ela não tem sentimentos. Ela os tem, mas tudo bem dosado e sem faniquitos. O tipo de protagonista feminino que dá gosto de ver. Temos o príncipe Kai, que é simplesmente adorável. Não é mimado nem badboy demais. É um jovem que desde muito cedo foi guiado para ser um bom líder, o que o deixa um tanto sério mas não o impede de ser sarcástico. Não tem como não citar Iko, a androide assistente e amiga de Cinder que tem uma personalidade um tanto... inusitada para um androide. Ri muito com ela. Temos o médico pesquisador Erlund, que tem um papel fundamental para que Cinder descubra quem é. No início ele não parece muito confiável, mas logo você passa adorá-lo. E confesso que o que contribui para eu simpatizar tanto com ele é que alguns aspectos de Dr Erlund me lembraram um tanto de Walter Bishop, personagem do queridíssimo John Nobel na série de TV Fringe. E por último cito a rainha Levana, a malvada soberana de Luna. Ela é tão malvada que atinge um nível diferente de maldade, um que eu nunca tinha visto. Nem dá pra descrever, só torcer pra que ela logo seja derrotada.

Cinder tem tudo que uma boa história precisa ter. Momentos tensos, para refletir, os personagens cativantes, uma dose certa de humor para aliviar os nervos e romance. Sim, o romance é perfeito. Não é avassalador daqueles que você sabe que não existem nem aqui e nem na China do futuro, nem meloso do tipo que te deixa enjoado. Cinder e Kai apenas vão se conhecendo (e nem terminaram de se conhecer ainda) e criando uma afinidade. Claro que tem aquela primeira impressão, mas nada que pareça forçado. É até bem agradável. E quero ver como a história deles vai se desenvolver.

Por último falo do acabamento do livro. A capa tem uma ilustração maravilhosa, similar a original, que reflete bem a história. O titulo é em alto-relevo, que admito ser algo que adoro. Os tons metálicos no titulo e “ossos” (mesmo que bem sutil) e envernizado no sapato dão um toque todo especial. A diagramação é maravilhosa com letras grandes e bom espaçamento. Os capítulos não são longos mas também não são muito curtos. Eu diria que tem o tamanho ideal. E tudo contribuí para uma leitura fluida. Dá pra ler cem páginas brincando.

Cinder é o primeiro volume da trilogia Crônicas Lunares. Os próximos serão Scarlet e Cress, baseados respectivamente nos contos de Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel. Cada um terá sua protagonista mas sem esquecer de dar sequencia ao livro anterior. Não, não acaba com “felizes para sempre” o que foi um ponto bastante positivo. Scarlet acaba de ser lançado nos EUA e deve chegar ao Brasil apenas em meados do ano que vem, e já estou me mordendo de ansiedade para lê-lo. Ah, e parece que já estão negociando uma adaptação para o cinema. ;)

-Srta. Linh, você deve me ouvir. Você foi trazida até aqui por um motivo.
-Qual, ajudar você a encontrar a cura? Acha que isso é algum tipo de presente tortuoso do destino?
-Não estou falando de sorte ou destino. Estou falando de sobrevivência. Você não pode deixar que a rainha a veja.
Pág. 205

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